País deve discutir a carga tributária justa, diz Lula


19 ago 2010 - IR / Contribuições

Portal do ESocial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que a reforma tributária é uma meta a ser perseguida no Brasil e apontou que, ao invés de se discutir se a atual carga de impostos é alta ou baixa, deve-se negociar para chegar ao percentual justo.

"Eu espero que no próximo período, ao invés de discutir se [a Carga Tributária brasileira] é baixa ou se é alta, que a gente consiga discutir a justa, aquela que permita que o Estado continue a exercer o papel do Estado e que permita que os nossos empresários e povo como um todo possam sobreviver sem o constrangimento de algo pesado no seu Orçamento no final do ano", disse o presidente.

Lula fez a declaração durante participação no seminário Novas Diretrizes para o Sistema Contábil Brasileiro, que aconteceu em Brasília. O presidente defendeu uma Carga Tributária alta alegando que, sem isso, não é possível ao Estado realizar políticas sociais.

De acordo com ele, todos os países ricos do mundo têm Carga Tributária alta, enquanto os pobres têm baixa, o que os impede de realizar ações de combate à pobreza.

O presidente disse que em seu governo tentou fazer a reforma tributária mas que, apesar de as propostas apresentadas contarem com aparente apoio de partidos e entidades sindicais e patronais, nenhuma delas foi aprovada até hoje pelo Congresso.

De acordo com Lula, "deve ter algum inimigo oculto que, embora concorde de fora, por dentro trabalha para ela [a reforma tributária] não sair."

A reforma tributária tem sido um dos principais temas do debate eleitoral. A candidata do PT, Dilma Rousseff, afirmou que é favorável às mudanças e que vai trabalhar por ela se eleita.

PEQUENAS EMPRESAS

Durante seu discurso, Lula disse ainda que desistiu de criar um ministério que se dedicaria às micro e pequenas empresas, proposta apresentada por ele neste ano e que depois foi incorporada pela campanha petista e virou uma das promessas de Dilma.

Segundo Lula, "não era justo criar no final do mandato", por isso vai deixar para que o próximo presidente implemente a ideia.


Fonte: Folha de S.Paulo