Burocracia não é o maior empecilho para empreendedores


2 ago 2010 - Contabilidade / Societário

Recuperador PIS/COFINS

A burocracia está longe de ser o maior empecilho que os empreendedores enfrentam para fazer uma empresa sair do papel e ganhar as ruas. È o que mostra a experiência de Mário Martins e Paulo Mourão, que depois de registrarem a Hot Car, uma oficina de alinhamento e balanceamento, em novembro do ano passado, só no último dia 10 conseguiram efetivamente inaugurar o negócio. Os sócios da Hot Car, Mauro e Paulo, são personagens do projeto Na Real, do Estado de Minas e do Portal Uai, que reúne 10 histórias de brasileiros que traçaram metas para realizar seus sonhos este ano. O primeiro cliente da oficina trocou correia dentada, óleo e fez alinhamento e balanceamento no próprio dia da inauguração.

“O movimento está muito melhor do que imaginávamos para o primeiro mês de funcionamento. O dinheiro que entrou foi suficiente para pagar todas as despesas da loja, inclusive com o financiamento das máquinas”, diz Martins. Em agosto, os sócios esperam não ter de pôr dinheiro próprio na loja. “O objetivo é pagar todos os gastos com a receita apurada nos serviços prestados aos clientes”, diz Mauro. Mas não foi fácil chegar até aí.

A falta de planejamento inicial de cada passo do negócio atrasou a abertura da oficina, lição que eles aprenderam a duras penas. O desafio dos sócios, agora, é consolidar a empresa no mercado. Enquete feita com internautas no encerramento dos seis primeiros meses do projeto Na Real – que, além das matérias publicadas no Estado de Minas, conta com um hotsite e um blog – mostra que essa é, realmente, uma prova de fogo.

Para 49,3% dos entrevistados, a falta de experiência em gerenciamento é o fator que mais atrapalha no momento de consolidar uma empresa. Outros 20,55% acreditam que o maior entrave é a carência de capital e 15,07% que o alto custo de administração – água, luz, telefone, folha de pagamento e impostos – pode representar um entrave para o amadurecimento do negócio próprio. Por fim, 8,22% reclamam que a falta de funcionários com formação adequada pode impedir que um empreendimento deslanche e 6,85% veem dificuldade na burocracia. Da concorrência, porém, ninguém reclama. Haroldo Santos Araújo, consultor do Sebrae, explica que falhas na execução do planejamento e o gerenciamento à base de tentativas e erros são, normalmente, o maior empecilho para a consolidação dos novos negócios. “Os empresários passam a tomar decisões sem consistência, que entram em conflito com outras medidas tomadas.”

O levantamento do Na Real aponta, ainda, que a maior parte dos empreendedores (30,73%) são moderados quando se trata de tomar atitudes para fazer a empresa crescer, traçando objetivos e refazendo prioridades diante de oportunidades e desafios. Para alcançar esse objetivo, 22,94% investem na qualificação profissional dos funcionários e no bom atendimento ao cliente e 16,06%, mais agressivos, colocam em prática ideias inovadoras, que correspondam a necessidades de mercado, mesmo que corram riscos. Os conservadores, aqueles que buscam reduzir riscos e custos com funcionários, responderam por 9,17% dos entrevistados.

Um fator importante para o crescimento de uma empresa é definir objetivos a cada período, seja a cada ano, a cada seis meses ou a cada dois anos. A partir daí, é preciso planejar o que é necessário fazer para alcançá-los. “Também é preciso estar atento ao que ocorre em volta. Ter visão de mercado. Isso orienta os empresários que querem avançar”, ensina Araújo.


Fonte: UAI.com