Normas internacionais e TI preocupam auditores internos


30 jun 2010 - Contabilidade / Societário

Gestor de Documentos Fiscais

Conhecimento: Estudo mostra que profissionais da área admitem deficiências em questões como gerenciamento de risco de fraude e programas de ética.


As normas internacionais de auditoria interna têm sido cada vez mais usadas pelos profissionais brasileiros que atuam na área. Porém, ainda há um longo caminho tanto para o domínio do conhecimento teórico e prático dessas diretrizes, quanto para sua aplicação em larga escala.

Esta é a conclusão de um estudo sobre as tendências da auditoria interna no país realizado pela Protiviti, empresa multinacional de consultoria, auditoria interna, gerenciamento de riscos e governança corporativa, em parceria com o Instituto de Auditores Internos do Brasil (Audibra).

Dos mais 200 auditores, gerentes e diretores de auditoria que participaram da pesquisa, cerca de 60% trabalham em empresas que faturaram entre R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões ou mais por ano.

A aderência aos padrões do americano Institute of Internal Auditors (IIA) se tornou uma das maiores preocupações dos profissionais, especialmente após a crise financeira internacional. Nesse sentido, gerenciamento de risco de fraude, governança em TI e programas de ética são alguns dos itens que mais precisam melhorar, segundo eles.

"A cada cinco anos, as auditorias precisam fazer uma revisão de qualidade para mensurar o quanto estão alinhadas com os padrões internacionais. Além disso, é preciso deixar claro quais são as responsabilidades e como elas serão executadas", afirma Waldemir Bulla, sócio-diretor da Protiviti.

Em relação ao conhecimento sobre os processos de auditoria, a maioria elegeu tecnologia da informação como uma área crítica. Desenvolvimento de programas, ambiente de TI, segurança e controle sobre mudanças são assuntos em que os auditores internos brasileiros julgam que necessitam se aprimorar. "A quantidade e a velocidade com que as informações circulam no mundo dos negócios é cada vez maior e as vulnerabilidades de sistemas e redes ainda é grande", afirma o presidente do Audibra, Oswaldo Basile.

Os auditores internos brasileiros também avaliaram suas deficiências no que diz respeito às habilidades pessoais. Nesse quesito, a maioria disse que precisa melhorar seu gerenciamento de tempo, suas técnicas de persuasão, seu networking e sua apresentação em público, além de adquirir outros conhecimentos para sua ascensão profissional.

"Cada vez mais os auditores têm representatividade no contexto das operações, em função da globalização e da abertura da economia. Eles são responsáveis pelas boas práticas de governança e isso interessa aos stakeholders", afirma Bulla.

Na opinião de Basile, os resultados mostram que a profissão está evoluindo e ganhando mais importância no Brasil na medida em que se alinha com as normas internacionais. Ainda assim, Bulla ressalta que as respostas refletem o mercado em amadurecimento do país. "Somos uma economia aberta há somente 20 anos e o conceito de competitividade ainda é recente. A tendência é que as preocupações relacionadas à TI e aos padrões de contabilidade sejam absorvidas com o tempo e o foco se volte para o gerenciamento de risco corporativo, como já acontece no exterior", afirma.


Fonte: Valor Econômico