Reajuste de 7,7% não vai 'quebrar o país', diz Lula


17 jun 2010 - Trabalho / Previdência

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (16) que o reajuste de 7,7% aos aposentados que ganham acima de um salário mínimo não vai "quebrar o país". Segundo Lula, o governo vai trabalhar para manter o equilíbrio das contas públicas. Ele reiterou ainda que a equipe econômica fará cortes no orçamento para compensar os gastos adicionais com o reajuste.

"Não vai ser 1,7 a mais que vai quebrar o país. Vamos continuar uma rigidez fiscal, vamos continuar equilibrando as contas públicas", afirmou, durante encontro com o presidente do Peru, Alan Garcia, em Manaus. O presidente sancionou nesta terça (15) a medida provisória aprovada pelo Congresso Nacional com a emenda que previa o reajuste de 7,7%. O fim do fator previdenciário, que reduz os gastos da Previdência com aposentadorias, foi vetado.

Lula lembrou que a proposta original do governo era de um reajuste 6,14%. Ele afirmou ainda que o governo tentou um acordo com os parlamentares para aprovar um aumento de 7%. Na ocasião das negociações, a equipe econômica do governo afirmou que, sem cortes no orçamento, os cofres públicos não suportariam pagar um reajuste maior que 7%.

Ao anunciar que Lula sancionou os 7,7%, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que seria feito um corte de 1,6 bilhão no orçamento para garantir a responsabilidade fiscal.

"Vamos reduzir emendas parlamentares e custeio. Não faremos cortes em investimentos. Vai doer, porque já cortamos R$ 10 bilhões, mas será importante para cumprir as metas de equilíbrio fiscal”, afirmou.

Ainda durante o encontro com Alan Garcia, Lula negou que a decisão de sancionar a proposta aprovada pelo Congresso tenha contrariado os ministérios da Fazenda, Planejamento e Previdência Social. "Não contrariou a equipe econômica. Num regime presidencialista quem toma a decisão é o presidente da República", destacou.

Lula disse ainda que o reajuste deve impulsionar o consumo dos aposentados o que compensaria, em parte, os gastos do governo."Eu achei que, possivelmente, o consumo que essa gente vai ter nesses próximos meses vai recuperar parte desse dinheiro em impostos, que o governo mesmo vai cobrar, e que vai ajudar a economia brasileira a dinamizar"

Ele também negou que a sanção tenha o objetivo de ajudar a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, na disputa eleitoral. "Eu não sei por que isso ajudaria a Dilma (Rousseff), porque isso pode ajudaria o (José) Serra (PSDB). Pode ajudar a Marina (Silva, PV), mas, certamente, tem uma pessoa que eu sei que vai ser ajudada: são 8 milhões de aposentados que ganham mais de um salário mínimo", disse.


Fonte: O Globo