Faturamento de pequenas empresas recua 1,5% em abril


10 jun 2011 - Simples Nacional

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Depois de 18 meses de crescimento contínuo, as micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas apresentaram queda no faturamento real em abril deste ano, segundo pesquisa do Sebrae-SP, divulgada ontem, com 2,7 mil empresários, representantes do total de 1,3 milhão de micro e pequenas companhias. Em todo o estado, as MPEs registraram queda de 1,5% na receita total em relação a abril de 2010. As previsões de inflação e aumento nas taxas de juros ajudam a acender o alerta para os próximos meses.

Segundo a pesquisa, a indústria foi o setor que apresentou maior queda, com redução no faturamento real de 8,2% em relação ao quarto mês de 2010. O comércio também apresentou recuo de 1,6% em abril deste ano sobre o mesmo mês de 2010. Nessa base de comparação, o setor de serviços foi o único que apresentou crescimento (3,2%).

Este recuo no faturamento real, depois de vários meses de crescimento, acende o alerta de mudanças para as MPEs paulistas. "Nos próximos meses, a economia brasileira tende a apresentar menor ritmo de crescimento", observa o diretor superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano. "Desde o início do ano, alertamos para o aumento das taxas de juros para conter a inflação, para a restrição de oferta de crédito e para a entrada massiva de produtos importados no mercado interno. Ainda há espaço para crescimento, mas é preciso planejamento", completa Bruno Caetano.

Segundo o consultor do Sebrae-SP, Pedro Gonçalves, a valorização do real ante o dólar e o início das restrições ao crédito pesaram no resultado. "A indústria é o setor que mais depende de financiamento e que concorre diretamente com importados. A mudança no cenário econômico nos primeiros meses do ano acabou afetando o setor. Serviços, por outro lado, não sofreu tanto impacto, por ser menos dependente de financiamento para vender, dado o menor valor unitário das vendas, e por não concorrer diretamente com importados", diz.

Para o consultor, também influenciou os resultados o fato de abril de 2010 ter sido um bom mês em receita para as MPEs paulistas. Na época, foi registrado o melhor resultado em taxa de variação sobre o mesmo mês no ano anterior. Além disso, em 2011, abril teve um dia útil a menos que o quarto mês de 2010.

A alteração no cenário já fez os empresários paulistas reduzirem o otimismo em relação ao ano de 2011. Dos pesquisados, 13% declararam esperar níveis piores de atividade da economia brasileira nos próximos seis meses. Em janeiro, apenas 8% dos empresários tinham esta previsão.

Com estes resultados, a receita total das MPEs paulista durante abril foi de R$ 25,5 bilhões, R$ 912 milhões a menos que março e R$ 401 milhões a menos que abril de 2010. Atualmente, as MPEs respondem por 20% do PIB brasileiro e por 98% de todas as empresas constituídas em São Paulo.


Fonte: DCI / SP