Lotas trabalha para ampliar exportação do Egito ao Brasil


24 abr 2018 - Comércio Exterior

Portal do SPED

A Lotas Comércio Exterior, empresa que trabalha com exportação de produtos egípcios para o mercado brasileiro, pretende aumentar os seus negócios neste ano. A unidade da empresa em São Paulo viabiliza a entrada no Brasil de fios, tecidos, roupas de cama e confecções do país árabe, todos feitos a partir do algodão egípcio, conhecido pelo alto padrão.

De acordo com o gerente de vendas da Lotas, Vasni Mantovani (foto acima), a empresa pretende aumentar de 25% a 30% as suas importações de produtos egípcios neste ano. O crescimento deverá ser impulsionado por fatores como um esforço para aumento de vendas pela Lotas, a retomada da economia nacional, a maior percepção e valorização da qualidade dos produtos pelo consumidor brasileiro, e o acordo de livre comércio Mercosul e o Egito, que entrou em vigor em 2017.

Camisaria fina é feita com algodão egípcio

O tratado entre o país e o bloco passou a dar redução de tarifas no comércio bilateral. De acordo com Mantovani, os produtos egípcios importados com o agenciamento da Lotas já estão se beneficiando com uma diminuição inicial de imposto. As taxas de alguns produtos incluídos no acordo foram zeradas e as demais terão quedas gradativas até a isenção total para todas as mercadorias em dez anos.

A Lotas é de propriedade de um egípcio que tem cidadania brasileira, Abdel Mansour, e possui sede também no Egito. A unidade em São Paulo trabalha junto às companhias brasileiras importadoras de produtos egípcios e a unidade em Giza atua com as fornecedoras egípcias. A Lotas do Egito também trabalha pela exportação de produtos brasileiros ao país árabe, representando empresas como WEG, Gerdau, Selgron, entre outras.

Roupas de cama e tecido para os produtos

Falando com a ANBA desde o Egito, Mansour contou que fundou a empresa no Brasil em 1979 com o intuito de participar do crescimento do comércio entre o país e o Egito. Inicialmente a Lotas trabalhava apenas com exportação de produtos brasileiros ao Egito, mas em 1993, depois que o Brasil já tinha se aberto às importações, ela passou a atuar também com o envio de algodão egípcio e seus derivados ao mercado brasileiro.

De acordo com Mantovani, a Lotas tem atualmente cerca de 40 clientes no Brasil, entre as empresas que importam produtos egípcios regularmente e as que o fazem esporadicamente. As indústrias egípcias que a Lotas representa são cerca de dez, todas de ponta, exportadoras para mercados exigentes e com certificações internacionais na área da qualidade, segundo ele.

Os produtos egípcios que chegam ao Brasil com o agenciamento da Lotas são fios de alta titulagem, tecidos para camisaria fina 100% algodão, roupas de cama de alto padrão e confecções prontas 100% algodão. Há cerca de um ano e meio, a Lotas também passou a trazer para o mercado brasileiro o fio de linho para a fabricação do tecido.

Lotas atua na importação de tecido do Egito

Os fios de algodão egípcio representam o maior volume de negócios da Lotas no Brasil. Eles têm como destino a fabricação de linhas (para pipas e costura), malharias e tecelagens. No caso da malharia, os produtos finais são roupas de alto padrão. Na tecelagem, os tecidos produzidos com o fio são usados principalmente para fabricação de camisaria fina.

De acordo com Mantovani, a Lotas é líder no fornecimento de fios para linhas de costura e de pipa e para tecelagem no Brasil. Ele conta que a empresa vem crescendo no mercado brasileiro e acredita que boa parte disso se deve ao fato de que o país passou a reconhecer a qualidade do algodão egípcio e de seus produtos. O consumidor brasileiro atualmente ficou mais exigente e valoriza mais os produtos naturais, saudáveis e sustentáveis, segundo ele.

Essa busca de qualidade pelo consumidor, aliada às possibilidades de crescimento econômico do Brasil e ao acordo Mercosul-Egito, torna o mercado brasileiro promissor para a Lotas e aos produtos egípcios que ela representa. Mantovani vê um grande potencial nesse mercado em dez anos, quando as taxas de todos os produtos do acordo com o Mercosul estarão zeradas.

Nasser Tex é fornecedora do mercado brasileiro

À ANBA, Abdel Mansour definiu o período atual como de reconhecimento do acordo Mercosul-Egito. De acordo com ele, ainda há algumas dúvidas sobre os processos de documentações e certificações e curiosidade sobre o que o acordo pode trazer de mudanças no ritmo do comércio Brasil-Egito. O empresário lembra a corrente comercial dos dois países é favorável ao Brasil – o país exportou US$ 2,4 bilhões ao Egito em 2017 e importou US$ 155 milhões. “A exportação do Egito para o Brasil é apenas 6% desse comércio”, diz ele.

Segundo o proprietário da Lotas, o Egito precisa trabalhar para conseguir equilíbrio nessa relação e deve procurar saber das necessidades do mercado brasileiro. Também é preciso contar com a ajudar o Brasil, segundo ele. Mansour lembra que o Brasil importa de muitos países e que o Egito também está aumentando suas exportações para o mundo. “A perspectiva é melhor do que antes com a ativação desse protocolo”, disse o empresário sobre o acordo.


Fonte: ANBA - Agência de Notícias Brasil-Árabe