Maio tem maior superávit mensal da história


2 jun 2017 - Comércio Exterior

Simulador Planejamento Tributário

No acumulado do ano, saldo comercial é de US$ 29 bilhões, com crescimento de 47,5% sobre mesmo período do ano passado

Brasília (1° de junho) - Com exportações de US$ 19,792 bilhões e importações de US$ 12,131 bilhões, maio teve o maior superávit mensal já registrado: US$ 7,661 bilhões. Em relação a maio de 2016 (US$ 6,433 bilhões) o saldo positivo apresentou um crescimento de 19%. Os números foram divulgados hoje pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Durante a entrevista coletiva para comentar os dados mensais, o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do MDIC, Herlon Brandão, atribuiu o resultado ao crescimento tanto das exportações quanto das importações, no mês. Na avaliação de Brandão, “é um resultado bastante significativo e reforça o bom desempenho que a balança comercial vem apresentando ao longo do ano”, disse.

Em relação a maio de 2016, pela média diária, as exportações apresentam crescimento de 7,5%. Na comparação com abril de 2017, houve retração de 8,4%. Nas importações, em relação à média diária de maio do ano passado, houve aumento de 4%. Já na comparação com abril último, também pela média diária, houve queda de 7,4%.

De janeiro a maio de 2017, as exportações já somam US$ 87,932 bilhões, o que representa crescimento de 18,5% sobre o mesmo período de 2016, pela média diária. Nas importações (US$ 58,9 bilhões) houve aumento de 8,4%, no mesmo comparativo. A corrente de comércio alcançou US$ 146,832 bilhões, um aumento de 14,2% sobre o mesmo período anterior, também pela média diária.

Nos cinco meses, o saldo comercial supera os US$ 29 bilhões, valor 47,5% acima do alcançado no mesmo período de 2016 (US$ 19,682 bilhões). O superávit do período também é recorde histórico. Com esse resultado, de acordo com Brandão, o MDIC mantém a previsão de saldo superior a US$ 55 bilhões para o ano.

Brandão destacou o impacto positivo do índice de preços, no período, sobre os produtos brasileiros exportados: 19,7%. Nessa análise, foram observadas altas nos preços de produtos como minério de ferro (94,1%), petróleo (68%), soja (8%), veículos de carga (5%) e automóveis (1,8%). Já o índice quantum, que mede o desempenho dos volumes exportados, retraiu 0,8%. “Primeiramente, é importante destacar que este é um excelente resultado da balança comercial. E essa pequena retração do índice quantum foi impactada pelos embarques de milho, que foram 78,6% menor que o verificado nos cinco primeiros meses de 2016, por conta de quebra da safra brasileira do grão”, disse.

PIB

O IBGE divulgou hoje o resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre do ano. Na comparação com o ultimo trimestre de 2016, houve crescimento de 1%. Segundo análises da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, no período, as exportações de bens e serviços, cresceram 4,8%. “O desempenho das exportações certamente contribuíram para o bom resultado do PIB”, disse Herlon.

Maio de 2017

No mês, em relação a maio de 2016, cresceram as exportações de semimanufaturados (+16,4%) e básicos (+11,6%), enquanto retrocederam as vendas de produtos manufaturados (-1,2%). Entre os semimanufaturados, aumentaram as vendas de semimanufaturados de ferro e aço (+63,7, principalmente açúcar em bruto (+46%), ferro fundido (+42,1%), celulose (+29%), madeira serrada (+22,5%) e couros e peles (+3,5%).

Nos básicos, cresceram as vendas de milho em grão (+922,3%), petróleo em bruto (+94,2%), minério de cobre (+62,5%), minério de ferro (+17,5%), café em grão (+17,2%) e soja em grão (+7,7%). Nos manufaturados, caíram as vendas de motores e geradores elétricos (-22,5%) e polímeros plásticos (-4,4%). Por outro lado, cresceram as vendas principalmente de tratores (+91,4%), laminados planos (+68,3%), açúcar refinado (+53,1%), e automóveis de passageiros (+53%), entre outros.

Por mercados compradores, ampliaram-se os embarques para os seguintes destinos: América Central e Caribe (+36,8%, por conta, principalmente, de petróleo em bruto, óleos combustíveis, suco de laranja congelado, celulose, e carne de frango), África (+23,9%, em decorrência de açúcar, minério de ferro, soja em grão, carne de frango, zinco em bruto), Estados Unidos (+21,6%, por conta de semimanufaturados de ferro e aço, petróleo em bruto, máquinas para terraplanagem, celulose, carne bovina), Oriente Médio (+18,2%, principalmente por conta de açúcar, milho em grão, farelo de soja, chassis com motor, laminados planos, tubos de ferro fundido), Mercosul (+16,8%, sendo que as vendas para a Argentina cresceram 21,7%, por conta de automóveis de passageiros, veículos de carga, tratores, autopeças, semimanufaturados de ferro e aço, máquinas para terraplanagem, soja em grão) e Ásia (+16,2%, sendo que para a China as vendas cresceram 10,6%, por conta de soja em grão, minério de ferro, petróleo em bruto, celulose, aviões, minério de cobre, couros e peles).

Nas importações, em maio, cresceram as compras de combustíveis e lubrificantes (+30,2%), bens de consumo (+20,2%) e bens intermediários (+1,5%), e retrocederam as importações de bens de capital (-20,7%). No grupo dos combustíveis e lubrificantes, o crescimento ocorreu principalmente pelo aumento dos preços de carvão, óleo diesel, petróleo em bruto, gasolina exceto para aviação, gás natural, coque de hulha, óleos lubrificantes. No segmento de bens intermediários aumentaram as aquisições de álcool etílico, partes de aparelhos de telefonia e de tv, e catodos de cobre. No segmento de bens de consumo, os principais aumentos foram observados nas importações de produtos imunológicos, automóveis de passageiros, medicamentos, frações de sangue, salmão, arroz, e alhos frescos.

Por mercados fornecedores, na comparação com maio de 2016, aumentaram as compras originárias dos principais mercados: Oceania (+241%, por conta de carvão, sulfato de amônio, laminados planos, aparelhos transmissores e receptores, e ligas de alumínio), Mercosul (+17%, sendo que as importações da Argentina cresceram, 20,5%, por conta de veículos de carga, trigo em grão, cevada em grão, alhos comuns e ônibus) e Ásia (+9,7%, sendo que as compras da China cresceram 7,3%, por conta de dispositivos semicondutores, laminados planos, coques e semicoques, circuitos integrados, partes de aparelhos transmissores e receptores, máquinas automáticas, autopeças, adubos e fertilizantes).

Acumulado do ano

Nos cinco primeiros meses de 2017, houve crescimento nas vendas das três categorias de produtos: básicos (+27%), semimanufaturados (+15,3%) e manufaturados (+8,9%). Em relação aos básicos, houve aumento nos embarques de petróleo em bruto (+133,4%), minério de ferro (+94,7%), carne suína (+28,7%), minério de cobre (+21,2%), soja em grão (+20,7%), carne de frango (+10,0%) e café em grão (+9,1%).

Dentro dos semimanufaturados, os maiores aumentos ocorreram nas vendas de: semimanufaturados de ferro e aço (+79,6%), ferro fundido (+43,6%), açúcar em bruto (+34,0%), óleo de soja em bruto (+22,8%), madeira serrada (+20,7%), ferro-ligas (+10,5%) e celulose (+3,1%). No grupo dos manufaturados, ocorreu crescimento principalmente em: óleos combustíveis (+165%), veículos de carga (+60,9%), açúcar refinado (+58,5%), automóveis de passageiros (+49,5%), tratores (+38,7%), laminados planos (+29,3%) e máquinas para terraplanagem (+24,1%).

Os principais mercados compradores, no período, foram Ásia (+28,5%, sendo que as vendas para a China cresceram 36,9% por conta de minério de ferro, petróleo em bruto, soja em grão, celulose, óleo de soja em bruto, ferro-ligas) América Central e Caribe (+21,7%, por conta de petróleo em bruto, óleos combustíveis, papel e cartão, celulose, minério de ferro, semimanufaturados de ferro e aço), Oriente Médio (+21,8%, minério de ferro, açúcar, munições de caça e esporte, carne de frango e bovina, automóveis de passageiros), Estados Unidos (+21,8%, petróleo em bruto, semimanufaturados de ferro e aço, partes de motores e turbinas para aviação, automóveis de passageiros, óleos combustíveis, minério de ferro, hidrocarbonetos, ferro fundido, carne bovina), Mercosul (+19,7%, sendo que para a Argentina as exportações cresceram 25,5%, por conta de automóveis de passageiros, veículos de carga, máquinas para uso agrícola, máquinas para terraplanagem, tratores, semimanufaturados de ferro e aço, autopeças, ônibus), África (+9,6%, açúcar, minério de ferro, carne de frango, zinco em bruto, óxidos e hidróxidos de alumínio, trigo em grão, tubos de ferro fundido, carnes salgadas) e União Europeia (+3,9%, minério de ferro, petróleo em bruto, semimanufaturados de ferro e aço, óleos combustíveis, soja em grão, hidrocarbonetos, ferro-ligas, ferro fundido, preparações de carne de peru).

Nas importações, no acumulado de janeiro a maio de 2017, quando comparado com igual período anterior, houve crescimento em combustíveis e lubrificantes (+23,9%), bens intermediários (+13%) e bens de consumo (+4,8%), enquanto que decresceram as compras de bens de capital (-19,4%).

Por mercados fornecedores, cresceram as compras originárias dos principais mercados: Oceania (+118,4%, por conta de carvão, alumínio em bruto, inseticidas, ligas de alumínio, artigos de prótese, sulfato de amônio, medicamentos, alumínio em desperdícios, miudezas bovinas), África (+10,4%, naftas, adubos e fertilizantes, ureia, carvão, fosfatos de cálcio, produtos hortícolas), Estados Unidos (+10,4%, óleos combustíveis, etanol, carvão, gasolina, medicamentos, soda cáustica, algodão em bruto, coque de petróleo, motores para veículos e partes), Ásia (+12,3%, sendo que as importações da China cresceram 8,9%, por conta de dispositivos semicondutores, aparelhos transmissores e receptores e partes) e Mercosul (+7,1%, sendo que as importações da Argentina cresceram 8,1% por conta de trigo em grão, milho em grão, cevada em grão, alhos comuns, polímeros plásticos, ônibus, naftas e gás propano).


Fonte: MDIC