Salário cresce menos do que emprego formal


19 out 2010 - Trabalho / Previdência

Substituição Tributária

O número de empregos com carteira assinada no Brasil cresceu mais do que o valor dos salários se comparado aos três primeiros trimestres de 2008, antes da crise. Em agosto, o número de novas vagas formais atingiu a marca de 2,2 mil, número 590% superior em relação a igual período do ano passado.

Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as contratações neste ano foram 9,9% superiores em relação até agosto de 2008, quando a economia estava aquecida.

Os setor que mais contratou foi o de serviços, com 679,9 mil postos com carteira assinada entre janeiro e agosto deste ano, 16,9% a mais que o acumulado de 2008. Em seguida, houve aumentos na indústria de transformação, construção civil e no comércio. 

O valor dos salários não seguiu essa recuperação. Antes da crise, no terceiro trimestre de 2008,  o crescimento da massa salarial era de 9,2%. Este percentual caiu para 3,1% em igual período de 2009, durante a crise. Em julho e agosto deste ano, o aumento foi de 8,7% e 8,8% respectivamente.

"Ainda não temos o percentual de setembro, mas não deve chegar aos 9,2% de 2008. A alta será mais modesta por causa do saldo negativo em transações correntes da balança comercial", disse o diretor-adjunto de estudo de Políticas Macroeconômicas do Ipea, Renaut Michel Barreto e Silva.

Mesmo sem aumento salarial tão expressivo quanto o de 2008, o rendimento médio do trabalhador cresceu neste ano e atingiu R$ 1.472,10 em agosto. Em 2009, o valor era de 1.397,22 e, em 2008, era de R$ 1.366,50. "O rendimento médio é explicado pela característica das vagas, que empregam mão de obra qualificada e são melhor remuneradas", explicou Barreto e Silva.

Segundo levantamento da empresa de classificados de currículos e empregos pela internet, Catho Online, divulgado em agosto, o cargo que teve maior aumento salarial, de 23,1%, foi o de coordenador de engenharia de meio ambiente, no período entre fevereiro e junho. O maior aumento para uma vaga que exige menor qualificação foi de 16,5%, para empacotador de supermercados.


Fonte: Diário do Comércio / SP