Como está, reforma do ICMS não acabará com guerra fiscal


30 abr 2013 - ICMS, IPI, ISS e Outros

Gestor de Documentos Fiscais

Como está, reforma do ICMS não acabará com guerra fiscal, dia 30, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), mas se aprovados como estão não cumprirão seu principal objetivo: acabar com a guerra fiscal entre os estados. Isso porque, segundo tributaristas e economistas, os três projetos não unificam imediatamente as alíquotas do imposto para todos os federados; não olham o setor produtivo, mas apenas o fator arrecadação; e insistem em manter um mecanismo de concessão de incentivos fiscais.   “O ideal, que foi também o previsto na reforma tributária de 1965 para o então ICM, é a unificação geral das transações, internas e interestaduais. Isso manteria a neutralidade dos tributos em relação ao processo produtivo. O projeto como está não mudará em nada a guerra fiscal existente, poderá até aumentar o tamanho do problema”, alerta o coordenador do departamento econômico da Federação das Indústrias do Paraná, Maurílio Schmitt.   O PRS 1/2013 desenha uma redução gradual do ICMS interestadual dos atuais 7% e 12% para 4% até 2021, mas dá mais tempo de adaptação aos ditos estados emergentes (regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste do país e o estado do Espírito Santo), que manterão a alíquota de 7% até 2018. Também prevê regimes diferentes, de 12%, para o gás natural e produtos da Zona Franca de Manaus.   Mercado   Em termos de arrecadação, os fundos de compensação e desenvolvimento regional, em discussão pelo segundo projeto do pacote (PRS 106/2013), podem amenizar as eventuais perdas dos estados com as mudanças, mas não mudarão o impacto sobre o setor produtivo.   A diferença da alíquota interna média dos estados, de 18%, para os novos 4% agravará o acúmulo de créditos de ICMS pelas empresas. Esse crédito é um dinheiro sem liquidez, que fica engessado nos caixas das empresas à espera de novas compras e as pressiona a fazer outros esforços para gerar Capital de giro.   O ex-secretário executivo e de Política Econômica do Ministério da Fazenda Bernard Appy alertou a CAE sobre isso durante uma audiência. Como solução, sugeriu uma alíquota menor para insumos e Bens intermediários usados pelas indústrias e também a criação de um mecanismo que devolva, de fato, esses créditos às empresas em até quatro meses. Mas nenhuma proposta nesse sentido entrou, por ora, nas discussões.   Incentivos   O terceiro projeto que está sendo discutido na reforma do ICMS, o PLS 124/2013, insiste na concessão de incentivos fiscais pelos estados. Sugere reduzir o quórum necessário atualmente para isso, de unanimidade, no Conselho de Administração Fazendária (Confaz) para três quintos das unidades federadas. Ao amenizar a condição atual, o projeto abre a porta fechada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda no ano passado. Os 4% dão pouca margem para isenções e reduções tributárias para atrair empresas, mas dão.


Fonte: Gazeta do Povo